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              Quando eu vagueava sem rumo, o brilho luminoso dos teus olhos clareava a permanente escuridão que latejava de maneira intermitente em todos os momentos da minha vida. Nos instantes em que estávamos ausentes, de repente batia uma saudade indescritível,mas não se tratava apenas de espasmos de lembranças, era algo que ia além do amor e suplantava a própria existência onde o céu sempre estava pintado de verde esperança e refletia tua face no arco Iris onde a felicidade era incontida numa celestial profusão de cores. Parecia que o amor acontecia de repente, mas o sentimento era algo inusitado que ultrapassava a vontade da gente.
                   Aos poucos o desgaste do relacionamento tempestivo chegou sorrateiro para nos incomodar.Na sinuosa estrada da vida e sempre na contra mão do tempo não pude encontrar teu coração e você ignorou o meu. Numa manhã cinzenta onde pássaros agourentos entoavam cantos fúnebres, abruptamente como chegou, o amor partiu dilacerando o sonho, magoando o destino e interferindo em nossas vidas por toda a existência. Não houve despedida, nossos olhares em rumos opostos no silencioso ato do rompimento. Para trás ficou estendido o tapete negro como mortalha do desamor que impedia possíveis sonhos e bloqueava qualquer volta.
                   Há tempos não nos vemos, em algum lugar do passado talvez repouse inerte aquele antigo sentimento que queimava o coração e causava calafrios glaciais. Tentei, mas não consegui me lembrar daquele teu olhar
               hoje o céu está pintado de cinza degradante e o arco-íris é incolor, o sonho acabou estagnado no imenso vazio que restou. E assim a borracha da vida apaga o passado e descortina um novo tempo onde a incógnita do destino ainda pode proporcionar alguma surpresa, talvez agradável ou suscetível a desenganos.Em cada olhar um novo sentimento, mesmo que para tão expressivo momento, não me falte a vida nem o talento.


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Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 19/11/2014
Reeditado em 21/09/2021
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