Amado
Quando me dá saudades é aqui que refugio-me.
Procuro o colo a amparar-me, o afago companheiro, o beijo sobre a pálpebra, o gosto que ficou.
Estranho falar do presente em tom de pretérito.
Ando melancólica. Ando saudosa, Ando sonhando...como quem conta as estrelas tentando achar respostas para todas as angustias.
Ah, meu anjo. Onde estás que não houve meu coração gemer nesta tarde? Este mesmo coração que luta pela vida e de tempos em tempos revolta-se, querendo descer deste mundo.
Um dia, no futuro, lerás esta carta pela segunda vez e vais suspirar de saudades deste único momento. Este, em que sou um tempinho seguro entre notas e canções.
Parece uma despedida? Mas não é. É o lamento em veias pulsantes gritando neste silêncio enlouquecedor, onde ninguém me ouve.
Hoje eu só queria o calor de um aconchego e o silêncio de quem compreende todas as dores.
beijos de sua menina
(escrevi esta carta em Outubro de 2014, quando viajei sem meu amor)