Cartas de uma protagonista (3)
Sua infame história trouxe a remota memória do que jamais deveria ter acontecido. Mas assim é a vida... a tua, a minha ou a de qualquer pessoa que se atreva a viver momentos inconsequentes.
Certa vez disseram-me que a felicidade só seria real, quando percebesse que “sou mais importante” que os preconceitos e desejos alheios. Mas essa percepção parece poeira depois de tantas decepções, diante da necessidade de aprovação e aceitação.
Diariamente uma luta, um desejo e a recusa do obvio. Não sou forte o bastante para esta batalha que já dura há tanto tempo.
Magoa-me com imposições, e o teu descrédito leva-me a ruína. Perco a sensatez da razão, sinto a solidão apertar-me forte o coração e desconheço quem amei um dia.
Escrever-te não muda como me sinto, mas esconder-me fere ainda mais, então... deixo algumas palavras como despedida do meu infortúnio e rogo a Deus que um dia possa ao menos sorrir novamente.