Novos tempos.
Cansei-me , de meias palavras e meias verdades, de sentimentos despedaçados e estilhaços de emoção contida. De desfazer-me em prantos e escorrer a alma pelos cantos, cansei-me de ser a opção, a disponibilidade óbvia. Dos sorrisos frios e cáusticos, da amargura da solidão acompanhada, cansei-me de ser o nada em um universo em que fiz tudo.
Fiz da desistência uma aliada, da solidão das noites e das estrelas companheiras. Sofro menos, choro menos a ausência constante, refaço-me mais, respeito-me mais.
Melhor a dor da saudade passageira que a agonia infinita dos falsos sorrisos e agrados, das palavras sussurradas, desamparadas e frias. Melhor a minha companhia que a de outra; outras verdades com seus objetivos inerentes, céticos, frios.
Prefiro a solidão à sordidez de mentiras escancaradas, de sentimentos forçados, de beijos enfadonhos, de gélidas presenças vazias. Cansei-me da aparência eclética e avulsa, de mentiras veladas, de sorrisos forçados: cansei-me do mundo, com suas falsidades escondidas, sua frieza contaminante.
Das pessoas pouco ou quase nada há que se lembrar ou lamentar, se não de suas tristezas e solidão absoluta.
Cansei-me de sentimentos vazios e de suas mentiras. Um novo horizonte descortina-se, raiando no infinito de uma tristeza passageira, com a certeza de que ventos novos trarão novas primaveras, e meu verso se fará ouvir onde apenas o silêncio havia. Rompeu-se o silêncio das noites e a lua, com seu brilho intenso novos ares fará surgir.