Mãe natureza.
Varrido por altas ondas e marolas devastadoras que inundam terras e ar , engole os leitos dos rios e faz do árido, imensidão de medos e mortes que se estendem por toda a terra.
Corpos que flutuam, flamejantes por todas as aguas antes calmas e serenas e tremores sacodem os campos e planícies. Vomitando suas lágrimas incandescentes os montes devoram a terra devastada.
E oque antes era verde e vida e mansas águas agora se atormentam pelos montes, gritos de dor e lágrimas ecoam pela face dilacerada. Fetos são arrancados e crianças abortadas do futuro ao ruído de gritos desesperados e mãos ensanguentadas.
Qual fúria louca de bestas feras os homens se aglomeram em montes estéreis, na tentativa alucinada de salvarem suas almas que se arrastam entre medo e dor. O fim, antes anunciado fez-se afinal presente. Corpos calcinados e bocas desesperadas entoam estranha e tétrica canção, gritos surdos de corpos sem alma que escorrem pelas púrpuras águas, misturadas a mortes e vidas que se confundem em partos apavorados de mães já quase mortas.
O final anunciado se aproxima a largos passos e seus filhos, fetos e abortos se misturam aos corpos esparramados. E nós, pobres e tolos humanos ainda assim não nos despojamos de nossas arrogâncias e medos de um futuro incerto, quando a Mãe- Natureza apenas clama socorro.