OS LÍRIOS DO CAMPO.

 

 

Imaruí, SC, 17 de maio de 2007

 

 

Chandinha, hoje eu me faço flor, talvez um lírio, portanto, olhai os lírios do campo!

 

                  Amor, hoje eu gostaria de me fazer uma flor pequenina e amorosa, para que coubesse em teu coração e ali ficasse para sempre.

Assim amor, eu faria festas em teu coração e tu não ficarias mais triste, pois eu estaria ali, jubiloso vivendo dentro de ti e amoroso.

Talvez eu me faça um lírio!

É assim que pretendo chegar de mansinho em teu coração, pois ali será a minha morada última e definitiva.

Nem Salomão se vestiu com a pompa de um lírio... Lembras?

Minha Linda acolhe esse lírio que quer te fazer feliz, pois ele saiu agora do campo fresquinho e ainda molhado de orvalho, para refrescar o teu ser por inteiro, esse corpo santo e desejado.

Sorria para ele, assim como tu fazes à noite, pois a solidão o invade, não o deixes aflito e nem emurchecer.

Ele pretende fazer uma viagem nessa distância imensurável, somente para mendigar os teus carinhos e o calor da tua boca de rosas.

Pobre lírio! Que foge do seu campo e busca desesperadamente a sua rosa selvagem e glamourosa, no negro e distante asfalto.

E agora, se afagares o teu peito com a mão direita, sentirás a pulsação do teu coração acelerada.

Sabes o porquê?

 É por que eu cheguei cansado meu amor, pois viajei mil quilômetros só para estar junto ao teu quente regaço de rosas.

Minha linda, eu hoje estou fazendo milagres, e assim, me fiz esse lírio apaixonado, voando em pétalas só para dizer o quanto eu te amo.

Amor! Vamos passear pelos campos?  Tu verás como vive o lírio que te ama, por certo, farás morada com ele.

Por ti, eu me faço lírio, orquídea, gerânio ou cravo só para ter o teu sorriso lindo e poder viver em teu jardim encantado.

Ah! Por ti, eu também me faço vento, brinco com os teus cabelos, suavizo os teus lábios e fortuitamente acaricio os teus seios.

Deixa amor?

Tu não sentirás as minhas mãos, mas tão somente o frescor do meu vento.

Essa brisa, amor, se enfurecerá com o aroma quente do teu lindo corpo.

Mas não esqueça que eu sou o vento!

 

Um beijo cheio de ventos em tua boca de rosas.

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 19/05/2007
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