A Carta - Parte 1
Meu amigo, me ajude, não sei mais o que fazer. Minha vida está um inferno, estou perdido no mundo, acabado, desolado. Esperança é uma palavra que eu não conheço. Às vezes, me sinto um cara sonhador, o problema é que só tenho pesadelos. Quem me dera, ao menos uma vez, poder sonhar com o futuro, de preferência, com um futuro bom, no qual eu possa sonhar ainda mais. Meus pesadelos me irritam, me assustam, me enojam, me confundem, me entristecem. Eu os odeio.
Assim como desejo ter sonhos agradáveis, do mesmo jeito minha capacidade física não me deixa correr cinquenta metros sem cair morto. O cansaço me sufoca, me derruba no chão e me faz querer não existir. Ainda penso que alguém no universo poderia me dar respostas, alguém que pense como eu, que acredite no que acredito e falo.
Mas, nesse mundo macabro e obscuro, onde os fracos de coração e os fortes de mente sombria sempre se dão bem, eu sou intitulado apenas de mentiroso e burro. Eu só queria que alguém me desse uma chance de falar o que sinto.