Desabafo

Escrevendo fugi da depressão, consegui através da tinta, grafite ou bytes, sangrar minha alma, escorrer esse veneno que transforma feridas cotidianas em mortais.

Escrevendo eu consigo me enxergar com maior clareza, sou emissor e receptor de uma mesma mensagem, constantemente me surpreendo com o que leio.

Hoje estou aqui, jogando palavras nessa folha, pela primeira vez em prosa, como quem implora para que o texto me ajude, me cure...

Com essa mesma ferramenta escrevi poesias sobre as vidas, sobre mim, mas sobretudo sobre alguém que me teve por completo e não se satisfez, que era tudo e agora mais uma ex.

Imploro para que em cada letra fique um pouco da mágoa, da raiva e da vergonha. Para que essa dor fique aqui, agora, exatamente onde pertence.

Não quero imunidade, sei do valor dos sofrimentos, e das lições que nos ensinam, só não quero que se arraste esse amargo em meu sorriso por um tempo além do necessário.

Não gosto da raiva e nem me sinto no direito de senti-la, quero que a felicidade chege a ela e a mim, ainda que separadamente.