Carta de Dorotéia pra Leonidas
Rio de Janeiro,23 de março de 1895
Querido,
Leia estas sinceras palavras:
Hoje, estava eu olhando o por do sol ,quando lembrei de ti, Oh moço dos olhos grandes.
Grandes como sol, castanhos feito avelã, mas com a luz que lhe invade ao anoitecer torna-se amarelo feito mel.
Seu rosto bem definido, não o estrague mais com a barba, e nariz normal como todos os outros que cheiram por aí.
Perdoe-me se estou ofendendo, mas realmente acho que sua beleza está por dentro.
Pois conta-me aventura dos velhos que nessa terra moraram ou ainda da loucura lúcida de tantos pensadores.
Sua beleza está no carisma que lhe enches os pulmões!
Continue defendendo seus pensamentos com bravura e gana.
Como na ultima vez ,que quase despiu-se e descabelou-se perante a platéia inteira, não pude conter meu riso.
Agora voltando aos Grandes Olhos, lembro-me da primeira vez que foram de encontro aos meus, com raiva e rispidez, me encantou.
Ou ainda da ultima, com um olhar de advertência á minha risada exagerada.
Realmente, são lindos olhos grandes!
Vou me acabando por aqui, pois já gastei saliva e papel de mais.
Adeus Moço dos Olhos Grandes!
Com amor,
Dorotéia