Como me sinto agora que decidir me aposentar?
Nada melhor do que o livro do Paulo Coelho (ZAHIR), para descrever como me sinto, nesse momento de aposentadoria: “Tempo de rasgar e tempo de costurar”.
Pois bem, estou conquistando agora, o meu “tempo de rasgar”.
Desde que vim transferida de Brasília, do MME, escuto que o DNPM é uma família e comecei a ver isso em 1991 na minha chegada. Na ocasião era MINFRA, depois vieram divisões e por fim a Autarquia. E 2014 - Ano da aposentadoria.
O dia-a-dia começou a ser: “tempo de costurar”. O horário de entrada e saída do trabalho. Não combinando com o aperto criado no ônibus (grande circular, por sinal). O fato de minhas crianças serem da idade pré-escolar (03 e 04 anos). De como ficar registrado no meu ponto, a palavra “compensar” todos os dias pelo dirigente do órgão. Do não entender ou talvez não compreender, a luta que eu travava, no percurso da minha casa (Messejana) para o trabalho (ANATEL-local onde funcionava o DNPM). Os direitos e deveres do servidor que teriam que ser cumpridos. Enfim sofrimentos, alegrias e perdas.
Mais eu levo a vida no “tempo de costurar”. Uma mudança, local do funcionamento (trabalho) para o centro da cidade. Benefícios felizes, para quem precisa de transporte público. Central e mais rápido. Opções de locomoção. Uma nova chefia. Entendimentos melhores e maleáveis no tocante ao horário. Agradeço.
Tudo que é bom dura pouco. A famosa Aldeota, ganhou a batalha e com ela a ida e volta ao famoso Terminal do Papicu e ao grande ônibus lotado – Circular I e II. Adaptações ocorreram e de novo o velho “tempo de costurar” . As crianças tornaram-se adultas. Caminhando com os próprios pés.
Então o “tempo de costurar”, passou ao “tempo de rasgar”. Comprei um carro e com ele, os benefícios de chegar e sair despreocupada, etc. Tempos felizes e harmoniosos.
É tolice de minha parte registrar pensamentos. Nesse momento difícil, onde preciso controlar meus sonhos. Carregando no meu coração saudades enorme. Amizades que irão fazer sempre parte da minha vida. Torna-se sábio qualquer palavra a ser pronunciada nesta hora. Irei traduzir em atos, afeição, transforma espelhos de felicidades.
E aos meus inimigos que criei ou criaram para mim espero em Deus, seja qual for o nome, que quiseres dar, caminhar com mais cautela, sendo feliz e partilhando felicidades.
Agora terei mais tempo para controlar impulsos e desenganos. Poderei colocar no meu dia-a-dia, minha alegria, às vezes podada pelo tempo e no convívio do trabalho. Extravasar de forma segura, sem restrições, com prudência é claro, como sempre. A verdade é que o mundo não acabou, continua e continuará sendo belo e tenho família.
Nesse instante, o tempo para rasgar o verbo, dormir muito, trabalhar no artesanato; poder passear na hora que me convir, sem ter que ficar preocupada com o horário, com o pontonet e também com as desculpas.
Por isso digo a vocês, o meu tempo de costurar agora ficou um pouco para trás, isso não quer dizer que não irei costurar de novo, mais nesse momento da aposentadoria o que eu quero mesmo é rasgar e também tomar minhas geladas, junto com minha família e todos que amo.
Um abraço de felicidades a todos.
TARTAY/JULHO-14