ACENDES, AINDA, O MEU SORRISO
Acendes, ainda, o meu sorriso, ainda hoje, ainda neste tempo de agora. Não te posso trazer de volta a mulher de há 25 anos, aquela que te despertou o fundo encantamento que gerou tudo o que gerou... tudo o que gerou... não só na minha vida... não só na tua vida... não só... preço tão alto que se pagou por tudo... preço que não se acaba de pagar... não só eu e tu... não só eu e tu...
Não posso trazer de volta aquela que te encantou, bem como não me podes dar de volta aquele homem de há 25 anos. Em mim o sentimento mudou, foi mudando sem deixar de ser; por força das adversidades tantas, se tornou mais forte, para não morrer. Em ti... Não sei, deveras, o que ficou - se é que algo ficou - do teu sentimento mágico que transmutou-me os rumos todos da vida, em luz, mas, não só em luz. Daquela mulher que foi bela, que foi jovem, pouco, quase nada restou. Esta, de agora... Se encantamento para ti é sinônimo de juventude, que resta em mim que te possa encantar? E no entanto... e no entanto... mudaste também, tu também, mas, te reconheço ainda, sempre te reconhecerei.
Seja como for, és livre, como sempre, para me reconhecer... para me desconhecer... A liberdade que tenho, uma das poucas que me restam, é a de manter, em mim, o perfume do meu próprio amor por ti... sem outra esperança (deveria ter mais alguma?) para além do meu sonho de que reencontres em ti a tua própria luz. Amar, ainda, para eu sentir que permaneço existindo...
Perdoa-me, minha mãe. Com todas as dúvidas, imensíssimas, que tenho sobre a realidade da minha própria existência, jamais, mãe, jamais te abandonarei.
Não posso trazer de volta aquela que te encantou, bem como não me podes dar de volta aquele homem de há 25 anos. Em mim o sentimento mudou, foi mudando sem deixar de ser; por força das adversidades tantas, se tornou mais forte, para não morrer. Em ti... Não sei, deveras, o que ficou - se é que algo ficou - do teu sentimento mágico que transmutou-me os rumos todos da vida, em luz, mas, não só em luz. Daquela mulher que foi bela, que foi jovem, pouco, quase nada restou. Esta, de agora... Se encantamento para ti é sinônimo de juventude, que resta em mim que te possa encantar? E no entanto... e no entanto... mudaste também, tu também, mas, te reconheço ainda, sempre te reconhecerei.
Seja como for, és livre, como sempre, para me reconhecer... para me desconhecer... A liberdade que tenho, uma das poucas que me restam, é a de manter, em mim, o perfume do meu próprio amor por ti... sem outra esperança (deveria ter mais alguma?) para além do meu sonho de que reencontres em ti a tua própria luz. Amar, ainda, para eu sentir que permaneço existindo...
Perdoa-me, minha mãe. Com todas as dúvidas, imensíssimas, que tenho sobre a realidade da minha própria existência, jamais, mãe, jamais te abandonarei.