A Bailarina

A bailarina dançava, incrivelmente, dançava.
O incrível passou a fazer parte da minha vida. Não havia outra palavra. Nenhuma era tão adequada. E foi assim que me apaixonei. Seus movimentos eram fascinantes. Precisei guardar alguns momentos na manga. Fui colecionando imagens. Deixando num cantinho onde já havia guardado outras lembranças. Seu sorriso, como mexia o cabelo e o olhar sensual seriam algumas recordações. Gostava de vê-la caminhar pelo corredor, apressadamente caminhava. Penso haver algo apaixonante na contemplação.
Mas, a bailarina não combina apenas com dança. Combina com Quintana, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, e tantos outros livros lindos. Combina com pipas voando no céu guiadas por meninos e meninas de mãos sujas, shorts rasgado, pés descalços e corações partidos aos quais trata como príncipes e princesas. Combina com Mozart, Beethoven e Teatro Mágico, com toques suaves que nos levam para o céu.
Combina com Deus dentro dela. Quem sabe ela seja um anjo de cabelos azuis.
Pessoas especiais demoram um tempo para perceberem o quanto são especiais. Tive sorte por poder ter vivido esse pequeno infinito. Obrigada por ter estado presente. Doce presente.
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 09/07/2014
Reeditado em 30/07/2017
Código do texto: T4875015
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