Uma carta no tempo do agora, que já é o amanhã.
Uma cidade no tempo de encontrar-te...
A um ser no minuto do agora que já se faz amanhã.
Ao escrever-te, deixo sair de mim o que sou.
E não haverá pergunta que possa ser respondida, tudo já está no ser.
Aquele que tudo sabe mesmo pensando não saber. Ele é cúmplice do
seu leitor, daquele que acolhe sua alma, sem perguntas e sem respostas.
E no aconchego dos lençóis brancos deixa a sua alma sair e alcançar os
meus escritos, antes mesmo de serem escritos, antes de serem tatuagem
na tela do Universo. E na loucura de intuir, tudo é no transcendental e
distante das explicações racionais. E aquele ser fez em mim desabrochar
o que tinha esquecido de minha essência e me ensinou "aprendendo" e
no sonho desenhou-me, e eu o desenhei sem ao menos vê-lo, sem ao
menos tocá-lo. E assim se fez na ilusão e desilusão do aprender a viver.
Ao escrever-te nada mais digo do que já sabes de mim, do que já observas... E a vida nos desenhou caminhos feitos de distâncias... Ainda
assim criamos pontes para que a comunicação jamais acabe. E o sonho
foi o jeito de encontrar, o jeito de se ter do jeito que pode ser. E a vida
se fez de ensinar e aprender na delicadeza de cada gesto, mesmo sendo
desenhado na tela... A tela que conta a tua ternura, que conta a tua luz.
E a razão da carta é falar um pouquinho mais daquilo que nos faz gostar
dos poemas, dos poetas, pois eles amaram e contaram o seu amor...
E agora na ternura da tua essência que voa no teu sonhar eu me vou...
Vou dormir para contigo sonhar, pois sonhar é viver o ontem e o amanhã.
No teu acordar um pouco de minha alma estará aqui...A tua espera.
Imaginando os teus olhos, imaginando o bater do teu coração ao ler esta
carta.
E se o teu ser seguir derramando a tua ternura para mim, viverei bem.
Agora despeço-me...Até breve...No meu sonhar.
Nara Stern. {N.R.S.S.}