Carta de uma mãe (Cristina Souza) para o seu filho (João Pedro de Pádua) feita por mim por encomenda

Querido filho amado João Pedro de Pádua,

Quando a água da chuva cai do céu é pura e limpa. Mas tão logo toca o solo, se torna turva e suja. Assim é a nossa consciência original quando nascemos; pura e limpa como a natureza de Deus. Ao entrarmos em contato com o mundo material, essa consciência torna-se desregrada. E assim, também é você, meu querido. Com seu espírito simples, puro e límpido. Quando eu mais precisei da sua presença, você estava lá.

A vida nos prega peças, dizem, mas isso é apenas um lado, uma perspectiva, um ponto de vista. Porque somos nós que plantamos o que colhemos. É nossa maneira de nos portarmos que nos traz alegria ou sofrimento, escuridão ou luz, fracasso ou bem-aventurança...

Assim que pude dominar minhas emoções, pus-me a escrever essa pequena carta para você, por que a vida me ensinou que as pequenas coisas são as mais importantes. Coisas como dizer “eu te amo” para quem se ama ou estar presente quando esse alguém sorri para você, ou mesmo, aquela piscadela de cumplicidade que só você e a pessoa sabem o que significa. Quando eu mais precisei da sua presença, você estava lá.

Espero que essas linhas possam te trazer felicidade porque a mim trazem muito. Eu te amo meu filho e a vida me ensinou que cada um de nós está servindo a um propósito maior. Esse propósito é simplesmente viver o mais próximo possível do próprio êxtase de estar vivo. E tenha certeza que você tem grande parcela de responsabilidade nessa minha nova constatação de vida...

A poesia tem o seu sustentáculo na verdade, na beleza e na bondade. Essa é a sua trindade, diziam os antigos. Eu queria escrever um poema para você, mas a emoção me é traiçoeira e eu apenas pude fazer o que estou fazendo agora. Assim como a poesia, também a nossa trindade é do amor, do comprometimento e do carinho. Quando eu mais precisei da sua presença, você estava lá.

É lindo como as coisas do coração se coadunam numa espiral de beleza quando passamos a acreditar. Acreditar na vida. E isso é para poucos, só para os que passaram por poucas e boas...

Sei que terei saudades desses tempos, por mais que tenham sido duros. Estive pensando que não poderiam ter sido melhores, nem mais bonitos. Sinto como se descortinasse uma nova etapa da minha vida e, nesse estágio, precisarei muito mais dos que me amam e eles precisarão ainda mais de mim. Isso é bom. Isso é o certo. Quando eu mais precisei da sua presença, você estava lá.

Carregar um fardo durante muito tempo nos faz sisudos e fechados. A vida é curta demais para deixarmos passá-la desse jeito. Aproveite o raiar do sol na sua pele e o frescor do vento no seu rosto. No final das contas, só o que existe mesmo é o aqui e o agora...

Você é uma pessoa muito especial e eu quero que saiba disso agora e que nunca se esqueça. Estamos aqui para aprender e ensinar e esse é o meu aprendizado e o meu ensinamento ao mesmo tempo. Aprender que quanto mais amor damos, mais recebemos e ensinar que as coisas não são boas nem más, elas simplesmente são como são; o que fazemos com o que temos, é o que conta. Quando eu mais precisei da sua presença, você estava lá.

Um beijo,

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 15/06/2014
Código do texto: T4845728
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