Ao cavaleiro desarmado

Hoje acordei cedo, você bem sabe o sacrifício que isso é.

Mas lembrei antes de abrir os olhos, graças aos sons da manhã que a tormenta caía e a Pauliceia novamente acordava sob o levante dos justos.. resolvi ficar onde estava e acabei por acidente me pondo a pensar...

Fiquei sabendo por sua própria ( e adoravelmente grave) voz que com você o dia se passava em tons mais secos e pesados, queria interferir, pegar o meu bodoque e mostrar ao mundo que nada poderá atingir a que alimento o mais puro afeto, mas como?

O terror da impotência me invade...

Olho de novo pela minha varanda... me vem o frio e os respingos da chuva na pele do rosto, lembro de fazer um chá, lembro do chá que você me fez, e penso como gostaria de fazer o mesmo, agora, já...

As arvores parecem entender minha vontade e fazem o que não posso, gritam, agitam e estiram seus galhos com o vendaval, quase como se pudessem abraçar uma a outra...

Hoje, ainda hoje, vou a labuta, sem me esquece da sua, e das flores de maio que lhe quis levar mas não pude, mas não se demore em sua tristeza... mais tardar estarei ao teu lado, e assim como as arvores vou estirar meus galhos em sua volta, até o mundo que tanto lhe ofende deixar de existir...

Jack G
Enviado por Jack G em 06/06/2014
Reeditado em 23/02/2016
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