A solidão da noite
Envolta em meu sofrimento,
Choro lágrimas amargas.
Tristeza, dor, solidão.
Isso é o que sinto.
Eu sou a noite.
Sem nuvem,
Sem estrela,
Sem lua.
O mais belo véu,
Do azul mais escuro,
Estende-se sobre o céu.
Mas de que adianta, se só há escuridão?
Não existe beleza, muito menos vida.
Somente eu, nua e vazia.
Completamente desanuviada.
Sim, nem mesmo as indesejáveis nuvens querem minha companhia.
Isso é o que me resta.
Escuridão total.
Solidão.
Frieza.
Medo.
Já não aguento mais tantas noites assim!
Somente eu e meu pranto.
Não consigo dormir!
Fecho os olhos e relembro o balé das estrelas.
Quão harmônico e perfeito era!
Enfeitando-me e alegrando-me a cada noite.
E eu não enxergava isso.
Sentia-me muitas vezes incomodada por seu brilho e alegria.
Fui orgulhosa, altiva, soberba.
Confesso que errei.
Estou me redimindo.
Não sou mais a mesma.
Muito tempo já se passou.
Oh estrelas, não sabem a saudade que sinto de vocês!
Percebi que não sou nada sem tê-las ao meu lado.
Por favor, aceitem meu pedido de clamor arrependido.
Querida lua, rainha da noite,
Permita-me disfrutar novamente da tua esplendorosa companhia.
Afasta de mim esse pesar
E devolve-me a alegria.