Novembro
O passado presente fisicamente. As pernas tremulas, o corpo inteiro indeciso. Em segundos todas as vontades aprisionadas surgiram como-se não fossem latente, como se a todo instante meu coração tivesse sido aquecido por elas, enquanto eu fazia vista grossa e tumultuava meus impulsos. Ele se aproximou e não era um conto ou para atravessar a rua, por um momento eu senti o novembro, aquele de despidas, de saudades, senti a minha dor invadir a janela dos meu auto controle, senti a respiração dele me dar vida em seu subconsciente. Eu poderia ir embora, desfazer as malas, as cartas guardadas, as lembranças de inverno, mas eu fiquei ali, segurei tudo aquilo por horas, até desabar, não resistir aquele abraço, a você segurando minha mão enquanto eu desabava internamente, a você ali escutando minhas tramoias enquanto desviava seus olhos da minha boca, enquanto eu fingia que estava tudo bem e que eu saberia lidar com sua partida, com o mal resolvido de novembro. E eu realmente sei lidar. Mas eu precisava de uma despedida, de um encontro sincero entre almas.