minhas lembranças de você

Uma vez eu vi num filme muito antigo que o coração de um rato bate tão rápido que só ouvimos um zumbido.

Meu coração bate rápido toda vez que chega uma mensagem e eu penso que é sua. Toda vez que alguém me para na rua e eu acho que é você, toda vez que você vem à mente, e tem sido tão frequente.

Porque mesmo depois de tanto tempo você tem o mesmo efeito sobre mim. E eu sinto tanta saudade do seu carinho e da sua atenção. Eu queria poder voltar no tempo, eu não teria te perdido. Eu não deixaria você ir embora, por tanto tempo.

Por tanto tempo eu sonhei que você voltaria, você voltou e não é mais o mesmo. Não sei se você está pensando em mim agora. Se pensa em mim com a frequência que penso em você, se o fato de eu pensar em você quando tô bêbada te afeta.

Eu queria tanto te ver, mas não sei como vou reagir ao te encontrar. Porque são muitas as opções, posso perceber que criei um personagem em minha cabeça, que você não é exatamente como lembro, dar uma desculpa qualquer e ir embora sem sentir mais nada.

Sim, isso pode acontecer...

Mas o mais provável é que te encontre numa livraria, e esteja lendo em pé porque não consigo sentar e ficar quieta. E é provável que pegue um livro em francês pra me forçar a prestar mais atenção do que se fosse em português. Provavelmente vou ler o mesmo parágrafo 5 vezes, porque entre cada “conjonction” vai ter seu nome e eu não vou entender. E nesse meio tempo você vai se aproximar quieto e vai me observar no meu esforço sobre-humano pra ler, como uma criança que começa a se alfabetizar. E de repente... vou te ver... e o livro vai escorregar da minha mão. Minha perna vai começar a tremer, vou fazer uma cara estranha de máxima vergonha e não vou ter nada pra dizer...

Pode ser que ocorra a primeira opção, mas acho a segunda mais provável.

E você? Vai fazer o quê quando me ver? Apanhar o livro do chão, ou rir da minha cara engraçada? Vai me abraçar ou me olhar fundo nos olhos? Mas se acontecer... me beija.

Essas dúvidas já me deram calafrios. Porque você é meu 8 e meu 80. Eu sinto que você pode ser o amor da minha vida, ou apenas uma lembrança falha, uma memória feliz de alguém que não é nem metade daquilo que lembramos.

E eu sinto que posso me decepcionar totalmente e sair dali sem nada sentir, raivosa pelo tempo que gastei escrevendo esse (e outros) texto.

Ou posso deixar o livro cair em meio a pensamentos “estou gorda e feia, ele nunca vai gostar de mim” enquanto te olho com esse jeito meigo de ser.

Por enquanto te adoro.