Carta para Adiges – Parte 2
Lamento que não aches graça na ótica do mundo
E tenhas sentimentos de unicidade e isolamento
Pessoas únicas são assim, brilhantes, mas isoladas
Como um diamante que conhece todos os minerais
Porém habita nas profundezas do centro deste mundo
E por ser uma joia rara de nascimento
Produz e refrata luz para todo o reino mineral inanimado
Mas espera reverência dos metais menos nobres
E por não tê-la, tenta inibir sua luminescência
Escurecendo mundos mais distantes e frios
Há códigos herméticos neste texto, decifre-os
Assim verás as chaves que abrem portas em ti
Portas que nem notaras ao redor, que impedem passagens
Elas dão acesso ao interior de si
Depois da porta há uma grande escadaria
Elas levam aos teus porões empoeirados e sem luz
Entre, acenda a lareira, abra janelas e cortinas
O espetáculo na superfície começa agora
Sente-se confortável, e aceite uma taça de vinho
Charles Silva