Carta a um velho amigo

Fortaleza, 8 de Maio de 2014

Olá, meu amigo!

Já se passou tanto tempo, que quase me esqueci de ti. Na minha infância, tu estavas presente, sempre atento e cauteloso, e eu, muitas vezes, tão descuidado. Nas vezes em que brigamos, que foram poucas, sempre tiveste razão. Sempre fui insensato, e mais insensato sou agora, que, descaradamente, confesso que me esqueci de ti.

A vida nunca foi justa pra ti, tampouco para mim. Todos os meus vacilos se resumem em uma palavra: EU. Somente eu tive a estupidez de errar daquela forma. Abandonei-te quando mais precisavas de mim, sendo que, tantas vezes eu precisei de ti. Ainda preciso! Lembra-te que nos conhecemos quando tu havias casado a pouco tempo? Uns nove meses de casado eu acho. Não sabes o quanto quero ver-te de novo, e sentir novamente teu abraço, sendo que, há muito tempo, não vejo tua face.

Não sou o amigo que merece teu perdão, mas sou quem precisa. Espero que não estejas doente. Nem penses em morrer! Eu hei de ver teus olhos cansados e tatearei as tuas mãos desgastadas pelo tempo e pelo trabalho. Lembro-me do teu vigor e da tua força, tua vontade de trabalhar. Tantas vezes te critiquei devido a essa devoção ao trabalho. A tua ausência me deixou angustiado. Hei de ver-te novamente! Boto fé que hei de ver-te novamente!

Solenemente.

Adamo Dantas
Enviado por Adamo Dantas em 08/05/2014
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