E nessas Idas e Vindas...
Essa não é mais uma carta para falar do bem que você me faz, ou de como eu amo tudo em você.
Eu quero falar das coisas que machucam e das coisas que eu não entendo.
Eu tive de acostumar com a sua ausência, fui obrigada a te esquecer, a partir para outra, aprender a viver por mim novamente, e a medida em que ia me acostumando, você ressurgiu e quis se fazer presente mais uma vez. Por que? Para que?
Deixar tua marca registrada em minha pele? Teu perfume cravado em meu travesseiro?
Tem dias que você me faz um mal desnecessário. Hoje foi esse dia. Tudo ia indo tão bem até você tocar a campainha, tocar meu coração, estragar minha noite e minha vida (mais uma vez).
Sou fraca, não te disse que não, nem disse coisa alguma, as palavras só sumiram da minha garganta, e eu que tinha tanto pra te falar. Queria brigar, te bater, te dizer que dói ficar sem você. Mas você veio com doçura, tocou no meu rosto, beijou meus cabelos e eu simplesmente esqueci o mal que me fez. Esqueci também que eu era forte até você voltar.
Hoje você veio e levou mais uma vez a minha tranquilidade. Até quando você vai vir e fazer isso comigo? Até quando tuas visitas inesperadas vão me surpreender e eu vou abrir a porta para você?
Essa carta, que te escrevo agora, é para que você entenda que tem me feito muito mal desde que se foi e não decidiu se queria mesmo ir. Eu sei do que sinto, do que quero, já te quis muito, já te quis aqui do meu lado todos os dias, mas agora eu desejo que se for pra não ficar, que você nem pense em voltar.
De amor em pedaços eu já estou cheia. Ou vem pra ser inteiro, ou deixe suas migalhas para quem aceite viver pela metade. Não dá pra ser feliz assim. Ou me quer e fica, ou não me quer e me esquece.
Te amo, mas hora ou outra eu também me canso.