Despedida
A incerteza ou a certeza do futuro não me assombra. Pois, o fim é sempre a morte, não se pode viver pra sempre. Mas eu quero ser eterno, quero conhecer outras gerações, quero chorar com eles, ri com eles, sofrer decepções com eles, amar com eles. E isso eu não vou conseguir sendo imortal, e sim, imortalizando meus anseios, desejos e decepções através da escrita.
Quero morrer e deixar um milhão de motivos para que muitas gerações chorem, quero morrer e deixar mil motivos para que eles lembre de mim. Não por vaidade, mas para ter a certeza de que minha vida não se resumiu em apenas um curto período de tempo, onde só comi, bebi e não vivi.
Quero morrer sabendo que não haverá nada depois daquilo, pois, achar que existi vida após a morte é a maneira mais tosca de se enganar.
E assim não quero minha alma recomendada a Deus nem a quem quer que seja. Minha alma vai pertencer ao mundo e vai ser livre. Não quero minha alma aprisionada em um céu de regras e deveres. Quero minha alma solta em um mundo de desejos controversos e sentimentos não aceitáveis.
Quero meu corpo enterrado sem nenhum simbolo religioso. Quero que leiam poesia no meu enterro e não quero nenhum Deus me esperando, pois, eu sou humano e sempre quero pertencer a humanidade. Nenhuma divindade merece minha alma pecadora e insatisfeita.