Minha cidade: Feira de Santana - Bahia - Brasil

Querido(a),

Escrevo-lhe essas linhas para compartilhar com você algumas das minhas lembranças de uma das coisas que desde criança aprendi a valorizar:

a minha cidade: Feira de Santana - Bahia - Brasil

Sei que o que escrevo nesta carta trará também à sua imaginação

lembranças de momentos seus, vivenciados ao longo de sua vida.

Se acontece assim comigo, assim também acontece com você, leitor(a) pois, ao lermos sobre coisas que nos dizem respeito, principalmente, quando se trata de nossa cidade natal, as lembranças afloram.

Foram muitos homens, mulheres, viajantes anônimos, figuras importantes para o processo de construção e de desenvolvimento do meu município, minha cidade Feira. Atribui-se o povoamento ao vaqueiro e a pequenos comerciantes juntamente com seus familiares.

A minha cidade tornou-se uma "Terra formosa e bendita, Paraíso com o nome de Feira."

Sou feirense. Amo a minha terra. É meu dever amar a cidade que me

acolhe desde o meu nascimento. É com carinho que te abraço, Feira,

minha cidade natal. E com versos singelos, sinceros, registro algumas

pequenas lembranças. Pequenas sim, pois, não há versos que deem conta de contar como desde o início a nossa Princesa encanta

Encanta a vida de barraqueiros

cancioneiros, vaqueiros a boiar

artesãos, carpinteiros, marceneiros

açougueiros, carregadores de água

na cabeça, na moringa, motoristas de Kombi

de Rural, de Jeep, de Marinete

vendedores ambulantes, carregadores de feira

de madeira, de telhas, lavadeiras, engomadeiras

varredores de rua, de praça, de becos

Avenida Getúlio Vargas grande feira livre

Rua do Sol, Rua do Fogo, Rua de Aurora

Estrada de Boiadas, Caixa D'água

O prédio da Coca- cola, Ferro de Engomar

Mafrisa, Campo de Aviação,

E o trem e o troile na Nova

e na Velha Estação

Onze horas, olha o apito de trem

Vinha gente de todo lugar

para na grande feira comprar

com árvores infestadas de um tal "Lacerdinha"

inseto pequenino, uma epidemia

lágrimas a rolar, o olho ardia

então foi preciso as árvores tirar

Vendia de tudo, tudo, porta,

janela, tacho e panela de barro

E os paus de arara que compravam e vendiam

ao som da propaganda cantada

para o produto vender

vem agora em minha mente

vou apresentar para você:

freguês, ó o tempero, freguês

ô! moça bonita não paga, mas também não leva

"Oia a pamonha, ooia a pamoinha,

Chegou Noratinho, cravo, canela

açúcar, coco, manteiga, naão..."

Da época da política ficaram algumas lembranças...

Os correligionários, e os eleitores assim cantavam:

"Não adianta pedir, não adianta dar a mão

meu voto é de José Falcão"

Já outros também assim cantavam :

"É o João Durval de honra e de moral"

E o rádio lá da minha casa a anunciar:

" Este é o Repórter Esso!"

As notícias locais que muitas das vezes incomodavam

A quem se metia em alguma confusão

então o locutor Edval Souza dizia:

"Se não quer que a notícia seja divulgada

não deixe que o fato aconteça!"

E isso, não é que é verdade?

Meu pai gostava de ouvir o rádio.

nos chamava a atenção para

que ficássemos atentos às notícias.

O rádio nos ensinou muito

toda noite, de segunda a sexta-feira, ouvíamos:

"Em Brasília, dezenove horas! Esta, é a Voz do Brasil!...

O rádio também divertia com o programa a Bodega do Pinote:

-Olha a sujeira! -Passa o pano! Tô passando...

Eu cresci e vi a minha cidade crescer

E desde que iniciou

A nossa Princesa encanta

Encanta a feirenses

Encanta a forasteiros

São lembranças...

São algumas das minhas lembranças...

Quais são as suas?

celiaceli simoes
Enviado por celiaceli simoes em 26/04/2014
Reeditado em 11/04/2015
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