CARTA A UM AMIGO POETA ...

Caríssimo:

Cada palavra que lhe escrevo se revitaliza, e se torna a encarnação de meu drama interior.

Confesso-lhe que ultimamente, tenho desejado ser livre o mais rápido possível. Quero a liberdade de um pássaro, com o máximo de sua plenitude de vôo. Quero também provar outros frutos, outros sabores, outros espíritos. Não me curvarei, nem cortejarei (isso é para os tolos). Apenas mostrarei meu divertido desprezo - em meu coração, o sol não se deitará, jamais!

E você, como andas? Fale-me tudo o que for possível. Acaso possuis ainda um coração, um fígado e um estômago (?); essas coisas que com o tempo vão sendo corroídas pelos dissabores da vida (?)

Não atribuo meu infortúnio e minhas tristezas a tudo que me cerca. Sou bastante responsável, e devo me submeter a isso - "estou só de mim mesma".

Saiba que sofro de saudades, de TPM e de auto-compadecimento profundo, mas não enjoes de mim. Trate de suavizar-me e escreva-me com mais freqüência.

Com carinho,

MIRAH
Enviado por MIRAH em 06/05/2007
Reeditado em 09/05/2007
Código do texto: T477482