EM LOUVOR DE DOIS JARDINS

NA MANHÃ DE 13 DE ABRIL DE 2104

Busca as plantas do teu jardim invisível e vivo. VIVO. Aduba-o, arranca as folhas secas. Planta as mudinhas. Rega o jardim, continua a por alimento para os pássaros.

Não abandones às intempéries o teu jardim interior. Não deixes morrer de inanição o teu jardim tão belo, em terra tão fértil. Ele precisa dos teus cuidados. Não o deixes morrer.

Tem coragem. Tenho também meu jardim interior para cuidar, bem como tenho para cuidar o meu jardim exterior. O mesmo se passa contigo, eu o sei, como o sei! Não permitamos que a vida ainda a viver se escoe em vão. Não permitamos tal.

Os sonhos passaram, todos, mas, ainda estamos vivos. Olho os livros, os discos, os objetos todos e não está fácil reencontrar sentidos; deveras, não está. Sei que no âmago da tua biblioteca ainda te sentes real. Graças ao Deus.

Amanhã começa a Semana Santa, um tempo especial, também para os não cristãos, ainda que não o saibam. Que o Deus vivo e redivivo nos proteja e nos dê forças para cuidarmos dos nossos respectivos jardins. Os de dentro; os de fora, também. Amém.