Dor

A dor que senti quando me arrancou um pedaço do espírito foi tamanha, que mesmo hoje eu já o tendo recuperado continua a doer, como uma dor crônica que faz parte do meu ser, dor que mostra que é falsa essa sensação de te ter amarrado em um passado no qual não voltarei jamais.

É uma dor real quase posso toca-la, se me perguntarem onde dói saberei apontar o lugar exato de onde vem essa perturbação; Uma dor literal, um veneno inventado por esse corpo, uma doença como forma de protesto interior onde meus órgãos se juntam num único coro a dizer ao mundo e a mim que não prosseguirão muito adiante sem este salteador.

Tornei-me a pior versão de meu ser, uma vaca sem esperanças, que vive a falar sobre morte como se fosse a maior benção que me fosse acontecer, mesmo tendo plena noção que tudo isso é uma doce angústia de um coração atropelado, deixo-me levar pela musica interior e vou bailando de encontro ao caixão que construí.

Ellena Fideles
Enviado por Ellena Fideles em 12/04/2014
Reeditado em 14/04/2014
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