RECAÍDA
Como é estranho para mim, ver que mesmo depois de três meses após nosso término, ainda minam algumas poucas lágrimas nos meus olhos. Quando olho suas fotos... É inevitável não olhar. Nem eu imaginava que seria assim, ainda mais por já ter conhecido outra pessoa. Não é igual quando era com você! Ele ainda não me sequestrou os sentimentos! E o pior de tudo? É saber que com você também não ia dar certo, eu sei que não ia.
Já nos encontramos umas duas ou três vezes depois do nosso término, e é impressionante como não consegui fitar você nos olhos. Cabeça baixa... Pudera! Minhas mãos suavam frio, você queria o quê? Sinto que meu rosto cora, me dá a sensação de ter borboletas no estômago.
Nos resguardamos em nosso silêncio e quem está conosco nem imagina o quanto já fomos apaixonados, o tanto que já nos percorremos. Ninguém ao nosso redor imagina nada do que já nos aconteceu. Você age como o esperado, permanece ereto, cabeça erguida, tentando passar controle e equilíbrio. Mas, conheço seu tom de voz, sei que fica nervoso, sua voz fica um tom mais grave que o normal. Parece até que tem a garganta seca, e tem mesmo, pois você engole seco.
Na primeira vez que nos encontramos eu senti raiva, confesso. Na segunda eu mal levantava o olhar e na terceira, ah eu queria pular nos seus braços e esquecer todas as nossas brigas, todas as nossas diferenças. Somos orgulhos demais para voltar atrás... Triste demais aqui, por que sinto que ainda amo você. Porque sinto-me frustrada nas minhas investidas de apagar seus vestígios.
Depois que nos separamos, ambos nos afastamos de nossos amigos em comum, e quando voltei a encontrá-los, é impressionante como ninguém entendia o nosso término, pois para eles éramos o casal perfeito e mais feliz. E talvez fôssemos mesmo...
Esta carta é só um desabafo sabatino. Nunca chegará até você. É só um suspiro, nada mais que isso.