CARTA AO JUVÊNCIO (2)

MEU BOM E ESTIMADO AMIGO JUVÊNCIO:

Não sei te explicar, mas te confesso que tem horas que somente tenho a ti para recorrer, pois por mais que eu tenha estudado não consigo encontrar explicações para muitas coisas que ocorrem e a maioria da população pensa ser algo absolutamente normal, corriqueiro normal.

Mas me desculpa amigo, já enveredei direto, sem antes te perguntar por ti e tua prenda. Como estão? Espero que bem.

Tenho andado com saudade de nossas conversas! Muita saudade. Parece que com as tuas lições aprendidas no mundo e na lida de campo eu renovo até a minha paciência.

E as estradas como estão por aí? Como está te tratando o prefeito "novo"?

Amigo, viste o que estão gastando para a Copa do Mundo? Será correto isso? Ainda por cima com toda corrupção que está sempre presente nas obras públicas?

E o Governo Federal, tchê? Que horror! Parece que se perderam de vez ou, como se fala aí no campo, "ficaram de freio e pelego na mão" com tanta barbaridade que apareceu. Veja o elenco de absurdos: BNDES financiando obras em Cuba, na Venezuela, o governo perdoando dívidas, comprando refinaria quebrada e tudo com o nosso dinheiro. Ninguém acha ruim para não perder o bolsa-família. Agora estão inventando até bolsa-prostituição, dá para acreditar nisso? A bolsa-droga já existe, só que com outro nome.

Juntando tudo isso, ainda temos eleição neste ano, menos para prefeito e vereador. O País nessa calamidade moral e essa população votando para decidir que rumo tomaremos. Sim, a mesma população que acha que tudo está bem.

Faz poucos dias que contei para alguns amigos sobre nossas estripulias no tempo dos militares, só que nós queríamos democracia plena; não pedíamos ditadura marxista como a que estamos vivendo. Onde foi que erramos?

Hoje sabemos que muitos, para não dizer a maioria, daqueles que bradavam contra os militares desejavam algo totalmente diferente de democracia, como acabou virando o Brasil, a Bolívia, a Venezuela etc.

Não dá para aceitar, ”nem com reza de cigano macho", que uma pessoa pobre se torne bilionário após exercer a suprema magistratura da nação.

Bueno, tchê, e o teu cusco, o Senador, cada vez mais esperto?

Deixo um abraço de légua e meia para vocês.

Na Páscoa iremos colocar a prosa em dia, pois irei te visitar!