Querida Elizabeth, 

  Me sinto tentado a escrever essa carta, o clima inglês me deixa saudades, o frio que me arrepiara a alguns meses hoje é substituido por angústia e solidão. Estou perdido entre soldados, sobre uma farda que nem em meus pesadelos teria vontade de estar vestindo, entre batalhões que defendem uma nação ao qual luta contra seus ideais numa guerra que não haverá vencedores.
  O único motivo pelo qual estou aqui é para honrar minha família, e não ser um desertor de nossas terras, mas com tudo que vem acontecendo me sinto um pouco confuso, e destas dúvidas que surgem em minha cabeça uma delas é impertinente, será que teremos a chance de ficarmos juntos? Eu não sei, todos os dias vejo meus amigos carregando fuzis pela manhã, e a noite deitados estão, mortos no campo de batalha.
  Somos um movimento contrário, um ponto em uma linha mal acabada, a sensação de tristeza que as vezes nos transforma, aquele instante onde não há mais dúvidas, o medo que o mundo guarda em seu interior, mas onde há coragem há amor. 


Eu te amarei eternamente Elizabeth, nem que da morte eu fuja para lhe encontrar.











 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 30/03/2014
Reeditado em 31/03/2014
Código do texto: T4749921
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