Carta Para Hugo.
Cachoeiro de Itapemirim, ES, 24 de março de 2014, 00:53pm
Meu caro amigo Hugo,
Quando criança sonhava contigo e como você.
Consertava e inventava artes.
Minha magia é diferente da sua.
Mas os propósitos, se estreitam.
Querido amigo imaginário,
Felizmente não precisei roubar pois não passei fome.
E infelizmente, não passei determinadas fomes
Para que fosse impulsionado a consertar a máquina do mundo.
Querido personagem,
Contigo aprendi que a magia nos faz uma engrenagem
Uma peça sob medida dessa peça da vida
Que de mundos, faz-se o mundo.
Querido menino,
Dos sonhos de criança que tivemos, esqueci-me os meus.
Tu fizeste voltá-los à tona.
Que não estamos aqui a toa.
Querido tristonho,
Sofremos sim, mas, não fosse isso, não seríamos o que somos.
Fez-me lembrar a importância dos sonhos.
E que não há guerra solitária que os deixe dormir.
Querido francês,
Pela tua inocência infantil, fiz uma carta só com começos.
Para retraçarmos um recomeço
Para moldarmos um novo fim.
Querido órfão,
Na tela dos teus olhos azuis, vi projetada minha vida e meu choro
Um rosto velho, descuidado e desgostoso
Que no sorriso da tua teimosia, reencontrou o amor da magia.
Querido amigo Hugo, obrigado,
Vi no teu relógio, o tempo que tenho
E as inspirações estrelares que tenho pra criar.
E recriar em cima do palco do meu coração.
Atenciosamente,
Luan Elias