Purgatório, 19 de março de 2014
Querido Pai
Querido Pai
Espero que estejas a dar-te bem aí pelo Céu. Se estiveres, eu, cá na Terra, também estarei, apesar das saudades. Dizem que o Céu é um Paraíso e eu acredito… Assim sendo, estás no sítio certo.
Sabes? Hoje é o Dia do Pai e passei este dia, tal como passo tantos dias da minha vida a pensar em ti e na mãe. A mãe foi para aí muito cedo, foi pena, podia ter esperado por ti, e, desta forma tínhamos sido uma família completa e feliz por muito mais tempo.
Os teus netos estão bem, embora o Filipe esteja no desemprego, porque os Estaleiros Navais fecharam, mas já estávamos a contar com isso, pois esta morte já estava anunciada, ao contrário da tua e da da mãe, que me apanharam completamente desprevenida. Sabes pai? É que, apesar da idade, ninguém está preparado, para estas coisas…E eu não estava! Isso deixou-me inconsolável e mais pobre, pois não posso usufruir do vosso carinho.
A Paula continua a dar aulas, agora mais longe, mas continua com a motivação costumeira, apesar da perseguição que vem sendo feita aos funcionários públicos e em especial aos professores.
Eu, cá, continuo à espera de muita coisa: de melhores dias, da aposentação e do dia em que me irei juntar a ti e à mãe.
Pai, eu sei que aí não te cansas, mas eu tenho trabalhado muito, sinto-me cansada e tenho a garganta inflamada, por isso vou terminar. Para o ano, escrevo-te outra vez. Aqui vão muitos beijitos, desta filha que não consegue esquecer-te,
Sabes? Hoje é o Dia do Pai e passei este dia, tal como passo tantos dias da minha vida a pensar em ti e na mãe. A mãe foi para aí muito cedo, foi pena, podia ter esperado por ti, e, desta forma tínhamos sido uma família completa e feliz por muito mais tempo.
Os teus netos estão bem, embora o Filipe esteja no desemprego, porque os Estaleiros Navais fecharam, mas já estávamos a contar com isso, pois esta morte já estava anunciada, ao contrário da tua e da da mãe, que me apanharam completamente desprevenida. Sabes pai? É que, apesar da idade, ninguém está preparado, para estas coisas…E eu não estava! Isso deixou-me inconsolável e mais pobre, pois não posso usufruir do vosso carinho.
A Paula continua a dar aulas, agora mais longe, mas continua com a motivação costumeira, apesar da perseguição que vem sendo feita aos funcionários públicos e em especial aos professores.
Eu, cá, continuo à espera de muita coisa: de melhores dias, da aposentação e do dia em que me irei juntar a ti e à mãe.
Pai, eu sei que aí não te cansas, mas eu tenho trabalhado muito, sinto-me cansada e tenho a garganta inflamada, por isso vou terminar. Para o ano, escrevo-te outra vez. Aqui vão muitos beijitos, desta filha que não consegue esquecer-te,
PS: Não te esqueças de dividir os beijos com a mãe que ela também é filha de Deus… O Deus que vos levou de mim, mas Ele lá sabe o que faz.
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “ Cartas”
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “ Cartas”