1000 anos de amor...
Oh, dura tarde chuvosa
em que me deparo
com o quarto vazio,
onde a solidão é o algoz de minha alma,
durante séculos de procura
meus olhares não suportam
a imagem que veem diante do espelho.
um homem moribundo, arredio pelo infortúnio do destino.
é uma busca por mais de 1000 anos,
inalcançável ou possível?
existencial ou utópico?
a vida perde seu sentido sem a tua presença.
Ó paixão imaculada, que macula meus sentidos.
onde estás agora? Justamente quando o tempo não irás nos faltar para compartilharmos da luz das estrelas e do som das aves do amanhecer.
vagueio por dias e noites
há mais de 1000 anos
procurando-te entra a paz e as espadas
pois sem isto não há por que viver!
a sua falta perturba o silêncio
causando impaciência.
juro que preciso de ti, mais que a minha própria vida!
pois sem tua presença, minha carne apodrece sem o alimento.
juro que quando a encontrar farei de tua felicidade
o caminho para o céu.
e com isso esquecerei das angústias do passado,
para ficar para sempre, 1000 anos no deleite de seu ventre.
Ó minha querida amada, por que se escondes dos meus olhares?
não vês que sem ti, nada sou, nada faço! porque tu és a vida da minha vida! O coração do meu corpo!
O que fiz para ser castigado com tamanha crueldade?
Por que se escondes? Onde foste morar? Que mundo vive?
Estaria viva ou morta?
Ah, que sinal é este que não se faz presente no mundo violento que me encontro!
Não veres que sem ti, há mais de 1000 anos, sou frio como o gelo e seco como deserto!
Não há história de filme ou novela
que a traga de volta.
Partistes mundo a fora num barco à vela.
sem deixar sequer uma pista.
sem dizer adeus, nada à vista!
para que eu possa segui-la
e encontra-la para novo reviver.
Neste mundo, tão moderno, meus impulsos não podem trazê-la de volta para os lábios meus.
Então, clamo e reclamo, minha existência não tem fundamento!
Meus erros e pecados são os motivos pelos quais minha pena será perpétua!
sem ti, sem tua voz, sem tuas palavras, sem teu amor...
minha paixão morrerá, e tudo terá sido em vão.
Cada lágrima derramada, cada busca infundada, cada desejo não concretizado, cada sonho não realizado.
Serão perdidos no caminho amargo desta vida, se no final dos dias, eu não alcançar-te no clarão da aurora.
Encontrar-me-ia no meio da multidão?
seria possível, que ainda haja tempo para nós no final?
reconhecer-me-ia o coração por minhas palavras?
Se as gritasse aos quatro ventos...
Então, por que não respondes ao meu chamado?
Talvez, eu devesse aceitar o destino, e, viver apenas com a ilusão de que um dia estaremos juntos, quer na carne, quer no espírito.
em 1000 anos, para viver e reviver tudo que somos...