Meu caro,
Não olhe para o alto porque a lua que brada se escondeu, e como consequência varreu consigo todas as estrelas que ali ficavam fixadas. Neste momento resido dentro de um furacão, cuja ventania suga todas as lágrimas guardadas aqui dentro do meu cárcere; talvez isso explique o porquê do meu choro ter silenciado as notas frias do sereno. Querido, neste momento o relógio marca altas horas da madrugada. Aproveito para ver teus rastros pela sacada já que você não se encontra aqui. Mandei que cravassem na sua lápide “aqui jaz o início e o meio” já que tu nunca serás o fim. Lembra-se das estrelas que aqui citei? Enterrei-as contigo. E mais uma vez repito que o vácuo se encontra no firmamento juntamente com a queixa dócil que me abafa.
Com ardor nos olhos e na alma,
L.