Páginas da Amazônia - Proseando na Floresta

Acaba de ser lançado o livro Páginas da Amazônia - Proseando na Floresta, do cronista e poeta José Augusto Fontes, acreano, 45 anos, magistrado, formado em Letras e em Direito. O autor escreve desde os anos de 1980 em jornais locais e já participou de várias antologias nacionais e até internacionais, tendo também texto publicado pela Fundação Roberto Marinho, em livro do Projeto Poronga, além de outros, como o Jornal do Brasil. Atualmente, José Augusto Fontes é cronista do jornal Página 20 (www.pagina20.com.br – colunistas), aos domingos. O autor vende os livros através do seu e-mail já.fontes@uol.com.br)

O livro Páginas da Amazônia - Proseando na Floresta traz oitenta crônicas e contos com temas amazônicos, em geral, retratando nosso cenário vasto e multifacetado, com grande concentração nas coisas simples das matas, dos rios e da gente da floresta. Em outro foco, a cidade de Rio Branco é largamente visitada, desde os tempos em que o autor era menino, com imagens de locais e personagens da aldeia que virou cidade. O autor diz que Rio Branco é o lugar dele e o Acre é sua paixão, embora sua obra seja do mundo e dos lugares mais distantes.

"Este livro é para o Acre, minha paixão. É para Rio Branco, meu lugar. É da floresta e da Amazônia, é dos bichos do mato, da gente e das coisas simples. É também dessa gente toda em volta, desses lugares mais adiante. É para minha aldeia, mas é do mundo. Ele é grande, mas também é simples".

Junto com essas abordagens, há temas e preocupações com a vida cotidiana e universal, vistos pelas páginas do livro, misturando prosa e poesia, na obra que deve ser lida pelos amantes da palavra escrita bem trabalhada. Francisco Dandão, que prefaciou o livro, definiu bem ao escrever que "a busca da palavra certa agasalhos regionalismos, brasileirismos e universalismos", e concluiu, reproduzindo este trecho de José Augusto Fontes: "Como luz, a palavra viaja continentes e pensamentos".

Páginas da Amazônia - Proseando na Floresta é um livro que traz também diversas fotos, em cores e em preto e branco, muitas do autor e várias do fotógrafo Edison Caetano, todas elas de locais do Acre. São fotos dos rios, de árvores, das matas e de lugares que denotam acreanidade constante, revelando grande amor pelas coisas da nossa terrinha. Personagem insistente é o rio Acre, como se vê no trecho abaixo:

"A poesia deste rio é lenta como um balseiro, simples como um seringueiro, enorme como a Amazônia. A poesia deste rio pode estar na sombra da samaúma refletida em suas águas, na longa castanheira em seus arredores. A poesia deste rio é misteriosa e agradável como as águas que o separam das margens, que só se encontram no prazer de atravessá-lo, desde o tempo das catraias, de nadar em suas águas quando menino, de olhá-lo com carinho de adulto. É uma poesia para gastar e renovar, penetrante, como as águas que passam enquanto o rio fica, como ficamos nós, neste leito de amor com ele, para bem adiante da poesia. E da prosa que tiramos dele".

José Augusto Fontes nos disse que está muito feliz com a edição do seu primeiro livro individual e que espera apenas ser lido com prazer, o que para ele será a recompensa maior. "Eu não escrevo com aspirações acadêmicas nem para grandes comentários, escrevo para as pessoas apaixonadas pelos enfeites da palavra escrita e para as pessoas de sentimentos simples", disse ele.

O livro foi feito em São Paulo/SP pela editora K2 MKT, sendo totalmente custeado pelo autor, que não teve patrocínio nem ajuda privada ou pública. Tem 198 páginas, custa R$-40,00 (quarenta reais) e pode ser adquirido em contato direto com o autor (ja.fontes@uol.com.br).

Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 29/04/2007
Código do texto: T468053