CONVERSA FRANCA COM DEUS
- Senhor, eis os dons que Vos ofereço por minha gratidão:
- A felicidade de ter uma esposa e uma filha a quem amo, e que correspondem ao meu amor, bem como (ofereço) nosso sustento de cada dia.
- Filho, não aceito essa oferta.
- Dou-vos, então, a minha pobre casa e as poucas coisas que nela existem.
- Também são dons que não recebo.
- Todas as minhas poucas habilidades, Vos dou.
- Também não as aceito, filho.
- Meu amor pelos estudos, pelas plantas e animais; também pela música, literatura e artes, em geral.
- Não recebo tais coisas.
- Tudo de bom que tenho, mas não consigo lembrar, Senhor.
- Também não, meu filho.
- Entristeço-me, Deus. Não aceitais o melhor que posso oferecer. Restam-me somente as minhas misérias: vícios; maldades; maus pensamentos; desejos de vingança; doenças; murmurações e toda sorte de pecados que infectam o meu ser, como uma lepra que vai corroendo a mais infeliz de todas as carnes.
Ouvindo tais palavras, Deus replica:
- Ouça-me, filho amado: As primeiras coisas foram-lhes dadas por mim. São os seus primeiros presentes; não os recebo de volta. É insensato devolver bons presentes. As últimas, eu as aceito com agrado. Não vos dei essas; logo, você não as merece. Oferece-me, pois, essas últimas coisas sempre que as tiver convosco e receberá, um dia, seu último e melhor presente, que durará para sempre.
Caelus Fnt.
28-01-2014