Para Você II
Me sinto sozinha novamente. Dessa vez não há chuva. Mas sinto que chove dentro de mim. Cada ponto nesta carta é um suspiro, entre as pausas dos meus pensamentos.
É difícil descrever o momento. Sabe, as vezes na vida nós não sabemos para onde ir e parece que o mundo não consegue entender. Eu só queria um tempo, um espaço, um milésimo de segundo para ter uma pausa. Poder pensar.
Fica difícil respirar entre as lágrimas. É engraçado, até. Você também escuta músicas tristes quando está mal? Sabe, aquelas que te deixam lá embaixo, no mais profundo e escuro lugar da sua alma. Pois é, amigo... Não sei o que escrever, não sei o que pensar, só...
A minha incapacidade de expressão é intrigante. Acho que minha situação está mais vaga para mim do que para você entender (e olha que esta carta não diz nada que eu acredite que você consiga entender). Isso tudo, fruto de uma nostalgia de fim, causa um colapso no meu ser, uma agonia profunda. Acho que quase uma crise da metafísica está formada na minha vida.
Olhando a vida dos outros por um buraco de fechadura, acredito que seja melhor que a minha. Eu quero, eu não quero, eu não sei o que eu quero e se eu quero o que quer que seja.
Melancólica, deixo meu adeus
Até breve,
Nyna