Carta aos meus familiares
Eu sempre fui depressiva desde minhas mais tenras lembranças sempre quis morrer ou me sentia infeliz por algum motivo.
Ao longo dos anos, disfarcei. Escondi. Lutei contra. Porque depressão é coisa para quem tem a mente desocupada, para quem quer chamar atenção ou ainda pra fazer chantagem emocional.
Mas, uma decepção amorosa fez com que, tudo viesse à tona. Fui derrubada por uma avalanche de emoções reprimidas. Fui considerada louca, drogada, chata, chorona e tantas outras coisas que ficaria dias descrevendo.
As pessoas foram se afastando, amigos, familiares, colegas, filhos... A solidão se tornou minha maior companhia e, claro, ela não me curou.
Então vou lhes contar que a depressão é como mar. Pode ficar só na marola ou pode trazer ondas enormes que nos engolem literalmente.
E, ali naquele mar, tinha uma naufrago. Ele em uma destas ondas perdeu barco, os botes de salvamento murcharam e ele continuava ali a se debater. “Um dia passou ao seu lado alguém, por ele muito querido e lhe disse: -” Escute, te amo muito. Por isto, vou te deixar ai. Pra que aprenda a nadar. Basta querer! São movimentos sincronizados com os braços e as pernas. Você vai conseguir. Mas lembre-se só faço isto como prova do meu amor.” - E, foi-se embora, deixando ali o naufrago que foi engolido entre uma onda e outra até de não tinha mais forças pra se debater.
Alguns podem pensar que é fácil aprender a nadar.
Mas será que, pra todos é igual?
Será que ele não estava tão perdido que sequer sabia pra que lado deveria ir?
Será que ele não precisava simplesmente de alguém que lhe desse a tabua de salvação ou lhe rebocasse até a praia?
Eu era aquele naufrago! Me perdoem! Eu não sabia nadar.
Gostaria que soubessem: Depressão é uma doença! Não é uma opção de vida!
(ditado por um espirito amigo)