A 1ª CARTA
Figuras translúcidas ditam o ritmo,
a mão apenas apóia o lápis em leve traçado.
Nada é o que parece, mas para efeito da vida, cada momento é único,
num lento aprendizado.
O desabrochar de uma flor,
o sibilar do vento,
o orvalho beijando a relva
e o pensamento realizando imagens...
Vejam o homem se reinventando a cada instante:
filósofos pós-modernos, engenharia cibernética e a inteligência humana,
sob o crivo da industria, humanizando a morte.
Câncer? Aids?
Milhares e milhares de dólares, silenciando e sentenciando à agonia do sofrimento.
Figuras translúcidas ditam o ritmo.
Configurando letras sobre um mapa imaginário, sob um dedo santo,
três cidades asiáticas estremecem e desaparecem sob a água,
milhares e milhares de vidas silenciadas; é a natureza restabelecendo
suas regras.
Cada momento é único.
Como uma borboleta em suave vôo.
Imagens turvas queimam na África, enquanto anjos caminham entre os mortos, chorando o novo holocausto. Centenas e centenas de mortes atenuadas sob o crivo dos poderosos.
A 1ª carta, uma trombeta silenciosa...
A paz é uma semente á ser cultivada.
Justiça, liberdade, tolerância.
Anjos observam, o verde majestoso dos canteiros de alface; cresce da terra o alimento, do espírito; que cresça o entendimento.
Autor: Sandro Colibri - SP – 26/04/2007 (made in Insônia)