Para eu mesma.
Mais uma noite de sábado. Essa noite de sábado, em particular, é bastante agradável. Levando em consideração o fato de eu estar de férias, essa é uma noite sem preocupações estudantis. Entretanto, não me sinto feliz. Comecei a ler um livro - na verdade, estou na metade - e ele não está me propiciando alegrias, surpresas ou tristezas. Até agora, pelo menos, está desse jeito. Dei uma pausa na irritante leitura e fiquei apenas deitada em minha cama. Olhando para a minha calça de pijama estampado que, por sinal, não é o conjunto com a minha blusa de pijama, mas não há importância nisso. Sozinha no meu quarto me senti exatamente assim, sozinha. Resolvi pegar meu diário de anos atrás. Ele estava ao lado da minha cama, em uma cômoda, na segunda gaveta. Comecei a lê-lo. Na época eu devia ter por volta de uns quinze anos. Então, ele foi escrito há cinco anos. É meio estranho lê-lo as vezes. Eu costumava escrever coisas meio bobas, ou, se não fossem bobas, eram tristes. Eu sempre reclamava de algo. Reclamava que eu não saía, que eu não chamava atenção das pessoas, que minha vida era uma rotina tediante. Em um dos dias em que escrevi, descrevi minha vida no esquema: escola- casa- inglês -estudar- malhar e ver televisão. O que me deixou triste ao ler isso, foi notar que apenas parei o inglês e agora estou na universidade. Hoje em dia posso sair, mas não quero. Ainda me sinto entediada. Eu mudei muito, o mundo em que eu vivo mudou, mas parece que algo permanece igual. E nem estou me queixando... É que apenas me sinto só.