Sem luz
Hoje brincam com as luzes, como se montassem um altar,
os invejo pelo fato do meu ter se destruído com à ausência da sua luz.
As crianças correm com imensos sorrisos ao rosto, fazendo-me lembrar
do quanto foi bom amar.
E nos perjúrios de um passado um tanto recente eu me dizia não importar,
com tudo que questionava sobre um contentamento de admirar e o
descontentamento de perda, ao qual me destrói a cada manhã.
Mas há um lindo céu para me persuadir e enquanto as estrelam se renovam a
verei vagando pelas lacunas dos meus pensamentos a onde questiono estares
aqui sem está.
Já não se trata de paixão, já passamos por isso, além de muito mais;
Nos amamos à cada manhã, até nos momentos que poderíamos nos detestar.
Se não é disso que se trata o amor, eu não preciso amar, pois sorrir
para o nada e pular de alegria com um simples piscar, é uma premissa
que instiga os sábios ao desligar seus pensamentos por mais inerentes
que os sejam.
Resta-me ligar o rádio, entrar na festa dos estranhos e desejar ser outro
bobo circundado de luzes que piscam e mudam de cor.
Observarei o velho ao qual faz as crianças sorrir, tentarei não me importar
com o céu, pois amanhã a festa deles acabam, até outra surgir.
Já a minha, findou desde que deixas-te de acender um peito saudoso
por festas, aos quais só você conseguiria organizar.