Circo de horrores.
No silêncio obtuso, o prolixo de minha existência vazia.
Esvazio-me de formas e fonemas, desleixo-me ao acaso de um sorriso amarelado ,mudo.
Sobre as casas cintilantes estrelas no emaranhado manto azul de taciturna noite de brilhos e alegrias calcinadas.
Dias difíceis são esquecidos, noites horrendas de pesarosos pesadelos são deixados ao esquecimento.
Natal. Noite de belos sonhos e promessas e juras, de beijos apaixonados que se perdem e se encontram em sorrisos e taças de champanhes .
Tristezas são esquecidas e maquiagens de sorrisos espalhados , misturados às flores e luzes.
Compactuo desse momento , mero observador silencioso onde as palavras me escorrem pelos dedos e meu silêncio funde-se às escuras paredes cinzas.
Noite , ruidosa noite de cores e abraços e presentes e eu , ausente de mim mesmo apenas sorvo amargo fel de suaves fragrâncias no circo de horrores que o vazio propicia.