A UMA MULHER

NA MANHÃ DE 02 DE DEZEMBRO DE 2013

Nota: Esta "carta" não é para ninguém do Recanto das Letras.

Somos irmãs de destino, será que você não compreende? Por que você não compreende? Estranha irmandade essa, que nos engole, mas, não sejamos nunca como Abel e Caim. Nenhuma de nós duas tem culpa. Por acaso ele tem culpa? Creio que tudo tem sido obra de um perverso acaso - sic , de um destino por acaso - sic, de uma mistura dos dois, quem sabe.

Ponho-me a escrever loucuras na manhã porque a vida está de ponta-cabeça por todos os lados e não me conformo com o fato de haver uma mulher no mundo que me odeia - as mulheres têm sido, neste ermo mundo, sempre minhas grandes aliadas.

Não quero mais me odiar pelo mal que nunca suspeitei ter causado; não o quero mais. Tampouco a odeio pelo mal que tenho recebido por via de seu ódio que tem estado acima de suas forças debelar em si mesma.

Acima ou não de nossas forças, que também nem tudo o que sinto por você está restrito ao território das coisas pacíficas, tentemos ultrapassar dentro de nós o horror de tudo o que não nos tem sido possível compreender nesta presente vida.

A Terra passa por terríveis processos de higienização em todos os níveis. Cada um de nós está sendo posto à prova, cada um de nós está pregado à própria cruz individual, à espera da própria ressurreição.

Se lhe digo que somos irmãs, isso é mais um pedido meu de perdão pelo que eu nunca soube que fiz. Mais um pedido de perdão. Aceitá-lo ou não só cabe a você.

Eu a saúdo na paz que me é possível, nestes dias que se aproximam do Natal. Nestes dias que se aproximam do Natal.