BLACK FRIDAY DA VIDA

Este texto é do meu amigo Carlos Henrique Souza, publicado com autorização:

Aproveitando o clima de promoções que alcançou o mundo inteiro, resolvi também botar em liquidação algumas coisas na minha vida.

Ando meio decepcionado com as pessoas, sei que algumas pessoas também estão decepcionadas comigo. Percebo agora que isso faz parte do vai e vem da vida, como se fosse uma seleção natural.

Só agora compreendo que algumas amizades são mantidas a um preço muito alto e que o peso da balança pende mais para um lado, como se fosse uma forma injusta de relacionamento.

Ocorre que amizade não se mede com balança, mede-se com reciprocidade, com sinceridade e com tolerância, tornando verdadeiro o dito popular de que “passamos a odiar as pessoas quando as conhecemos melhor” ou que “eu era mais admirado antes, quando as pessoas não me conheciam mais intimamente”.

Na aproximação se descobre os defeitos e as fraquezas. Descobre-se também que todos nós, indistintamente, temos um lado obscuro, um “lado negro da força”, que só pode ser desvendado com a convivência, com a aproximação cotidiana, por isso facilmente deixamos de ser interessantes e mudamos de categoria: de admirados para odiados.

Afinal, o que se pode fazer para evitar essa situação maniqueísta?

A resposta é simples: não se pode evitar.

O gênero humano vai errar! Alguém vai nos decepcionar e nós vamos sempre decepcionar alguém. Precisamos estar preparados para perdoar e sermos perdoados por isso.

Há ainda a impossibilidade do perdão. Essa é uma alternativa que a vida também nos oferece, e, apesar disso devemos seguir em frente, acumulando experiências, juntando os pedacinhos, sabendo que nada vai trazer de volta a beleza cristalina do começo, pois os remendos pegam mal, copiei do Guilherme Arantes.

O certo é que adeus também foi feito pra se dizer, como se fosse um Black Friday da vida. É isso!