É A HORA - Mensagem da MENSAGEM
Para Miguel Real - sobre a sessão de lançamento público
desta obra, da autoria de Paulo Borges
Caro e estimado amigo, venho com esta minha missiva partilhar consigo, para já, algumas impressões que por mim no dia de ontem perpassaram.
Em primeiro lugar quero demonstrar-lhe, sinceramente, a minha gratidão em ter aceite levar a cabo a escrita de um «Prefácio» referente ao meu próximo livro de poesia LIRA BEM TEMPERADA. Estará prevista a sua edição, se tudo correr pelo melhor, durante o próximo mês de Março. Dentro de algumas semanas mandarei para si, via CTT, um exemplar da matriz deste meu livro para que o possa “avaliar” e a partir daí poder escrever, então, o que lhe aprouver, facto que será para mim uma honra.
Como o meu amigo propôs, e pela excelente competência que tem nestas situações, acho que duas ou três páginas serão suficientes para a sua partilha a respeito. Como também disse, ao longo do mês de Janeiro, poderá então enviar-me o texto para que eu o insira na obra, pagine em definitivo e o envie para a editora. Diga-me, logo que possa, se concorda com o desenvolvimento destas tarefas.
Quanto à sessão de ontem do “É a hora”, do doutor Paulo Borges, achei que o Miguel conseguiu, com toda a mestria, desenvolver objectivamente o essencial da obra em destaque. Gostei cabalmente da sua prestação. Parabéns e bem haja por isso. Relativamente ao seu suporte argumentativo estimei que tenha feito, por diversas vezes, referência ao filósofo José Enes, que foi o meu professor na Católica, nos primeiros anos da década de setenta, nas disciplinas de Crítica I e II e de Ontologia I e II num seminário sobre «Existencialismo em M. Heidegger». Não esqueço que cheguei a escrever em stencil, com a colaboração da sua futura esposa Maria Fernanda, várias páginas que viriam a celebrizar-se na segunda edição de À PORTA DO SER.
Tenho saudades dessa experiência e do tempo em que partilhei com Barata Moura (meu professor em Filosofia Moderna, durante dois anos) animadíssimos debates sobre Kant, Fichte, Feurbach e Hegel e, mais a miúde sobre Marx e Engels… para citar só os mais “badalados autores” daquela época, como deve calcular. Ainda tenho as minhas estantes cheias de “sebentas” com trabalhos académicos praticados durante os três anos de Filosofia na UCP de Lisboa.
Quero acrescentar que me lembro – na minha arca de memórias – perfeitamente das referências feitas por José Enes, sobre o «sebastianismo em Vieira e Fernando Pessoa», uma das vertentes do seminário sobre Existencialismo, em que ele era (como sabe) um especialista…
Após meados dos anos setenta – devido ao meu magistério no Ensino – perdi o rasto do prestigiado professor que, entretanto, partiu para os seus Açores, onde pontificou no lançamento do Universidade Insular, como deve conhecer com certeza.
Por hoje é tudo. Esperando pelas suas notícias sou, ao seu dispor e com um forte abraço, o poetAmigo sempre
Frassino Machado