Mas, sempre tem um "mas"!

Te amo tanto, e a cada dia mais, mas tenho medo de onde isso possa me levar, esse amor todo, esse excesso de carência, essa necessidade, e toda essa urgência de você, que tanto te sufocam, que te prendem, te fazem mal!

Aonde está minha individualidade? Aonde está meu amor próprio? Aonde está minha independência?

São coisas que você tanto me cobra e diz que sente falta da pessoa confiante e segura de si que eu era.

Mas na verdade essa pessoa confiante, segura, independente e forte nunca existiu... era só uma capa, uma máscara, ou melhor dizendo, uma armadura para me tornar menos vulnerável.

E por trás dessa armadura, dessa fortaleza que eu demonstrava ser, por dentro, eu estava sempre desmoronando aos pouquinhos, por dentro havia sempre algo machucando, amedrontando e me limitando... Mas me fazia de forte, e apenas eu conhecia meu interior...

Só que de repente você surgiu, e me invadiu, conseguiu tocar la no fundo de mim e eu me entreguei, de corpo e alma a você... me revelei, sem medos, sem censuras, me doei e me dei...

E hoje, tanto tempo depois, conhecendo quem fui e quem sou, você sente saudades da "armadura", sente saudades daquilo que eu demonstrava ser, e você idealizava, a pessoa pela qual você se apaixonou.

Eu entendo, deve ser realmente frustrante os rumos que alguns enredos tomam, as histórias nem sempre são como queremos, as personagens nem sempre são como idealizamos, mas depois de se ler alguns capítulos do livro ou estamos envolvidos, e por mais decepcionante que seja, queremos findá-lo, precisamos saber o final, na fé de que ele possa nos surpreender, ou então o julgamos uma perca de tempo, entediante, e frustante, ele perde seu valor, e o esquecemos numa gaveta velha, deixando que a poeira tome conta.

Eu sinto que estamos nesse ponto, longe de mais para voltar atrás e longe de mais para prosseguir... como se diz na musica: "é cedo ou tarde demais"... A resposta certa não sabemos né?!

Só o tempo pode dizer... Mas enquanto ele não fala, nós ficamos aqui, nas nossas brigas diárias, discutindo os mesmos erros, os mesmos defeitos, os mesmos assuntos mal resolvidos... e, nos machucando! E nos amando!

Eu tenho mil defeitos, e você reclama de todos eles, eu também tenho minhas queixas, e nunca entramos num acordo! É tudo tão desarmonioso entre nós, tudo tão fora do lugar, uma bagunça total, mas é na nossa bagunça que a gente se encontra, e num misto de sensações e emoções... sempre a flor da pele, claro, não poderia ser de outro jeito!

Eu quero sempre mais, eu exijo demais, e você quer espaço pra respirar, pra voar, e as peças desse quebra-cabeça nunca se encaixam, mas nós não perdemos a esperança, afinal toda rosa tem lá seus espinhos, e quem sabe no fundo seja isso que nos une, essa rotina "entre tapas e beijos" e nossa única certeza, de que a gente se ama pra caralho, pois se não fosse assim não nos suportaríamos!

E assim a gente segue, meio sem rumo, com amor no peito e com um nó na garganta, que esta longe de ser desatado - infelizmente - e com todas as evidências de que nos amamos muito e - talvez, só talvez - nosso amor seja mais forte que tudo isso e resista a isso, e a muito mais!!

Laisa Sales
Enviado por Laisa Sales em 22/11/2013
Reeditado em 13/02/2014
Código do texto: T4582280
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