CARTA TATUADA EM MINHA FRONTE PARA O DESTINO TORTO.

CARTA TATUADA EM MINHA FRONTE PARA O DESTINO TORTO.

Jacarei, 19 de novembro de 2013.

Caro Destino Torto:

É com essa carta que venho fazer as pazes com você, afinal você conseguiu com os seus joguetes me deixar onde estou. Tenho o conhecimento, tenho meios, mas falta-me o principal, uma motivação, isso meu caro amigo Torto você não esperava. Você com essa sua brincadeira, fez com que eu lhe abraçasse e dançasse com você uma valsa. Estou pronto, sempre acreditei no poder da mente sobre o corpo e minha mente venceu. Não culpo ninguém, nem mesmo você.

Minha genética maldita me tirou tudo que eu quis, me desfez os meus sonhos, rompeu meus laços, tentei ser feliz de todas as maneiras, mas o maldito subconsciente me boicotou, transformou lagartixas em dinossauros, minou minhas estima, destruiu o campo de copos de leite que tanto quis. Por que isso amigo Torto?

Seria por que em algum lugar um antepassado remoto quis adorar uma cruz? Amou a dor e não a libertação que ela representa? Esqueceu que o homem que ali morreu veio para ensinar a igualdade e o amor e não uma religião?

Tudo isso minou comigo destino Torto, desta vez não irei lutar. Não irei lutar contra a maré, irei boiar, irei ver a onde a correnteza ira me levar. Não tenho por quem lutar, sou só, sou pai de outras espécies, meus amores se foram, sou exilado dentro de mim mesmo, então por que lutar?

Queria ter meu melhor amigo do mundo inteiro ao meu lado ou uma pessoa amada para num porre chorar, chorar pela criança humilhada, pela inocência roubada, pelo bulling sofrido, pelas punições não entendidas, pelo maldito padre que defendia o ofensor, mas acima de tudo queria colo destino Torto e isso não vou ter, então dou o braço a você e danço a valsa de despedida com a minha mais linda mascara de palhaço.

Destino Torto, hoje eu tenho tantas e não tenho ninguém, sei que minhas crianças, todas de outras espécies estarão bem com quem escolhi.

Destino Torto no vaso há sangue, no espelho a Dama de Negro me sorri, sempre quis seus braços, agora caminho lentamente a ela, não vou lutar, não vou brigar, não vou chorar, apenas não quero dar trabalho a ninguém, apenas não quero a dor, quero fazer as pazes com você meu amigo e tentar entender por que você tanto me perseguiu, e, quem sabe no fim até sorrir...

Abraço cordial

André Zanarella.

(sem correção)

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 22/11/2013
Reeditado em 22/11/2013
Código do texto: T4581213
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