EU HOJE LEMBREI DE VOCÊ/ CARTA PADRÃO
CARTA PADRÃO
Porto Alegre, 27 de Agosto de 2005.
Senhora Dona do meu coração:
Examinando a nossa relação e a sua súbita partida, cabem algumas considerações importantes. Seus argumentos em querer a romper nosso relacionamento foram pertinentes, mesmo que não tenha dado a devida atenção, saiu sem se despedir, deixando para trás um homem destruído.
Quanto a afirmar que suportaria essa separação, devo dizer que cometeu um engano lamentável, eu não estava preparado para esta solidão que toma conta de meus dias, estas lembranças que estão por toda a casa, em toda a parte, dentro e fora de mim. Fico a imaginar os milhões de homens que vivem na total solidão de amor, homens que um dia foram felizes, que amaram, homens que acreditaram na efêmera eternidade da paixão. O restabelecimento de nossas relações deve ser feito exclusivamente com recursos dos nossos sentimentos, ora debilitado. O que deve funcionar, e penso que sim, e o combate sistemático e incansável ao seu ponto fraco; o coração. Mas se forem ineficientes e inoperantes para conseguir ao menos chamar sua atenção, então cobrem dos meus sentimentos, afinal eles existem para quê? Aqueles sentimentos que não cumprirem a risca minha determinação em trazê-la de volta ao lugar de origem, serão punidos exemplarmente. Os recursos que utilizarei para reconquistá-la serão ilimitados, não aceitarei um não como resposta presumível, e, querendo ou não, se preciso for, rastejarei aos seus pés, até conseguir meu intento.
Desde modo, Senhora Dona do meu coração, precisamos nos entender e acabar com esta separação, porque buquês de flores são caros, e sabes bem que o que ganho não da para exageros, por isso peço que não jogue pela janela as flores que te mando, deixe do lado de fora da sua porta, assim eu poderei enviá-las outra vez. Tentar resolver um problema criando outro parece pouco razoável. A solução é voltar para casa e tentarmos reacender a chama do nosso amor.
Atenciosamente o homem da sua vida. Eu.