Carta a uma professora de matemática recém-formada
Aracaju, 21/10/2013
Cara professora,
Temos encontrado bastante dificuldade nos problemas que envolvem certa lógica direcional, o nosso sistema de ensino trabalha muito escassamente esse recurso tão fundamental no desenvolvimento da razão independente de cada ser. Lidar com problemas múltiplos nunca foi tão fácil, a resposta que queremos vem através do pensar, precisamos pensar profundamente para compreendemos profundamente. Essa é a regra continua para filosofia de vida.
Estamos particularmente horrorizados com nossos próprios métodos fragilizados e ultrapassados de ensino e de busca por conhecimento, o melhor caminho é autoeducação, o autodidatismo, a filosofia autônoma de se autoeducar, o produto de si por si mesmo. Não sabemos mais buscar, perdemos completamente o habito da procura curiosa por saber. Os Gregos professora, assim como outras civilizações viam na procura a grande magia da descoberta, mas hoje as tecnologias penetraram em nosso cérebro e petrificou nosso poder de transformação pela busca autônoma dos resultados, estacionamos no desconhecer, fomos ao longo do tempo desenvolvendo uma sociedade idiotizada que pensa com os dedos ao em vez de pensar com a cabeça.
Na verdade os pilares da educação atual estão se rompendo para o lado da pura ignorância congênita. Eu cada vez mais aprendendo a desaprender todo tempo. Estamos sabendo menos a cada dia, a cada segundo mesmo tendo consciência que no espaço da procura temos possibilidade de encontrar, mas encontrar é um processo que exige paciência e saber. Como então encontrar se o saber se perdeu no labirinto asqueroso do capitalismo insano, em professora? Toda descoberta, todas as grandes conquistas vieram através de suor intenso, saber avantajado e procura intensiva nada foi fácil, nada era fácil como o hoje povoado pelo pensamento cibernético. Por isso nada é mais como era, a facilidade das tecnologias portáteis atrofiou o cérebro humano. Meu medo professora é que o futuro seja tomado por essa falta de capacidade mental que se espalha por toda instituição de ensino, por todo meio acadêmico.
Então professora, não estou nem um pouco interessado nesses problemas bobos levantados em sala de aula por enquanto, o que a professora deveria fazer é focar em algo que ilumine as nossas ideias, que valorizasse o saber continuo, o saber para vida, pois só assim os resultados vão aparecendo, os resultados que a geração passada e essa geração não souberam colher pela falta de uma rica matéria orgânica chamada razão. Nunca foi tão necessário adubar a vida com a razão para colhemos o que plantamos. Espero professora, que tudo se torne natural e interessante como antes. Precisamos primeiro saber o que é saber, só depois é que vamos à procura do que encontrar.
Atenciosamente,
Jânio Lima