Abria a janela

Abria a janela todos os dias de manhã e olhava para o infinito, não via o espreguiçar do Sol e nem ouvia o canto dos pássaros, não sentia o vento suave que lhe acariciava o rosto, não via as abelhas tricoteando enquanto enchiam seus baldinhos de pólen, não conseguia enxergar mais as belezas da vida. Tinha perdido a capacidade de sorrir e sentia um aperto no coração com se um torniquete volta e meia aperta-se um pouco mais. Todos os seus amigos e amigas lhe vinham com palavras maravilhosas, outras ásperas como se fosse um “tapa na “cara” tentando acordá-la para a vida. Algumas águias lhe cercavam sabendo que estava indefesa, outros tentavam se aproximar por que sabiam que ela “valia a pena”, mas o seu medo não permitia,já não sabia quem é quem. Assim como a perca de alguém querido nos faz escolher o que dizer e mesmo assim nada pode aplacar a dor, não sabíamos o que dizer para ela que havia perdido seu grande amor, nestas horas somente o tempo...Impiedoso escolhe o seu próprio tempo para trazê-la novamente a vida...

Suacrem
Enviado por Suacrem em 25/10/2013
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