SAUDADES DE AMOR

Saudades de amor

Nossa história está escrita nas paredes que ainda não foram demolidas, nas palavras pichadas "eu te amo". Nossa história desbota no muro da igreja. Quem se importa? Quem se importaria? - do velho e antigo guardo uma presença viva.

Nossa história nas camadas de tempo... preservada nas memórias das tardes quentes, na memória das ruas sem asfalto. O sorvete da perua Kombi, e eu descalço. No caderno brochura da primeira aula do ano, no tilintar do primeiro telefone da nossa casa...

Ah! o primeiro telefone na nossa casa... nossa história desbotada!

Nossa história na falta de cores na carta que ainda guardo.

Onde estão os dias e aquelas tardes? O fio tênue que entrelaça nossas vidas também pavimenta o amanhã. O novo tempo vem repleto de cores, pois não haverá aurora menos bela! Não haverá dias menos repletos!

Em nossa boca nenhum beijo ficará calado... se de nossas mãos, assim dadas ao tempo, a obra imperfeita almejar conclusão.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 21/10/2013
Reeditado em 31/01/2014
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